sábado, 9 de dezembro de 2023

Por você

Há alguns anos conheci uma mulher que falava sobre o efeito de um cochilo quando se está em crise. Ela se colocou como modelo ao relatar sua decisão de dormir um pouco quando em situações estressoras. E encontrei um cara que me ensinou a desanuviar quando sobre pressão. Para ele ao se encontrar procrastinando por um desejo fixo como a vontade de assistir um filme, por exemplo, é melhor assistir o filme e depois focar.


Pode ser muito difícil escolher como aliviar a tensão quando se está ansioso. Principalmente pela ansiedade puxar a culpa, a vergonha e o medo para o cerne de uma escolha que visa, a priori, aliviar os fardos mais custosos. Decidir não é fácil. Somos "ser de escolha, de liberdade e responsabilidade" – disse o filósofo. Eu, confesso, só lembro de Goethe quando ele fala "aquilo que se ignora é o que mais nos agita, aquilo que se sabe nunca se há de usar" e no impacto dessa frase em uma tomada de decisão onde, querendo ou não, haverá uma renúncia e assim ignorar-se-a algo que a gente sabe que é possível.

Estaríamos preparados para elaborar o luto dessa renúncia quando extremamente divididos? Como ser funcionais frente uma situação desta? Para alguns, você pode construir um hábito pela repetição e rotina ou listar compromissos numa agenda cujo alarme te lembre deles; para outros, você pode trabalhar com a atenção plena e o manejo da respiração com o intuito de aprimorar a concentração dentre tantos outros benefícios. Uma outra alternativa além de analisar o contexto vivido e fazer uma das escolhas acima é poder se escutar e observar na sua relação com o mundo – e consigo – como esse mergulho em si e nas suas questões pode ser usado a seu favor. Sim: a seu favor!

Já há algum tempo pensando no impacto do termo "doença mental" faz-se o uso da expressão saúde mental. Saúde que hoje não é mais tratada como a ausência de doença e sim como um bem-estar biopsicosocioespiritual, leva em conta – de forma sistêmica a vida como um todo.

E a minha pergunta para você é: como você tem se priorizado? Falei noutras oportunidades e repito, certa feita – na adolescência – muda em uma sessão de terapia a psicóloga me disse: "se você falar eu não só te escuto como você também tem a chance de se escutar".

Perceber-se é vital, não só para ponderar o efeito de uma escolha, mas para se enxergar, aqui e agora, dentro da realidade que te afeta e constitue. O que diz: vamos respeitar, acolher e compartilhar nossas emoções cuidando para não julgá-las e eliminá-las sem observar o que elas dizem? A vista da janela que a escuta (de si e do outro) abre dá para a sabedoria e outros espaços como a coragem e o amor.

Eu vejo vocês

Di a das (os) professoras (es) é uma data para honrar a memória de quem nos ensinou e ensina, mas também para pensar modos de coconstruir um...