quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Aceite-se

Fui ajudar minha pequena sobrinha na tarefa de casa de inglês e a pergunta era 'qual seu lugar favorito na cidade?' as memórias afetivas dela a levou para uma sala de cinema, as minhas, bem questionadoras, me mostrou o empate entre os parques e o meu quarto... até eu perceber meu corpo como a morada de minha essência, tão espaçosa e nítida, o lugar em que habito nesse condomínio de almas vivendo em sociedade no cerrado que resido e nasci.


Convoquei nessa atividade escolar de uma turma chamada "infantil" as lições conduzidas pelas experiências de vida, gratuitas, provocadas pelo envelhecer. Ao mesmo tempo devolvi um pouco da perspectiva perdida nas falsas expectativas da minha criança interior e me redimi por ter me embaralhado tanto na infância ao tentar me encaixar em espaços que não me cabiam lá.

Então, agora, quando circulo por aí e me agrupo sempre olho a faísca que revelo da labareda que sou até perceber se ali cabe a minha entrega e me oferece o mínimo do retorno necessário para uma troca gentil, recíproca (por que não?) e até mesmo justa. A isto chamam de maturidade, o processo gradativo e lento de construção desta segurança emocional que ressoa com serenidade e sabedoria. Ainda não cheguei no apogeu dela (às vezes, sou meio imatura, permito-me) sigo como aprendiz da incessante matéria da vida – repetida até o cume da minha formação.

Talvez, hoje, a desesperança entoe o silvo dela sobre você e se sinta inconsolável, sofrendo a procura de espaços para alojar suas alegrias/tristezas, calmaria/raiva, coragem/medo e tantas outras ambiguidades. E quem sabe este texto sobre aceitação te faça peregrino de si, ao estimulá-lo a observar e acolher cada pedaço da sua presença legitimada pelas suas experiências e lições, coerentes e ajustadas a quem é?!

Sigamos...

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Di a das (os) professoras (es) é uma data para honrar a memória de quem nos ensinou e ensina, mas também para pensar modos de coconstruir um...